Mira afiada, conhecimento de mapa e desejo de se provar no cenário internacional são as armas das equipes da América Latina no PGS Berlim: Final das Américas, a ser realizado nos Estados Unidos, em 28 e 29 de março, nas opiniões de especialistas.
Classificadas por meio de uma seletiva online, RED Canids Kalunga (Brasil), 100 Medo (Brasil), Meta Gaming (América Latina), Team Rune (América Latina) e EXODIA (Brasil) enfrentarão times de Oceania e América do Norte na luta por seis vagas para o PGS Berlim, na capital da Alemanha.
Diante deste novo sistema de disputa, anunciado para a temporada 2020, as equipes latino-americanas devem se preparar ainda mais para os desafios de competirem no exterior e buscarem a classificação para as principais competições internacionais.
O narrador Bernardo “BiDa” Moura aponta que as equipes da América Latina têm “bom poder de trocação e conhecimento de mapa”. “A maioria dos times possui proposta de rotação para o centro da safe o quanto antes e evitam avanços desnecessários. Uns, aqueles com maior poder de fogo, costumam dar mais a cara para atrapalhar as rotações quando estão nessas situações”.
Ele acredita que a habilidade individual dos pro-players é elevada, mas o jogo coletivo ainda é uma deficiência a ser trabalhada.
Habilidade individual
O analista Felipe “Felpy” Cardoso vai nessa mesma linha e diz que os times latino-americanos são muito habilidosos e podem trocar tiro de igual para igual com qualquer equipe do mundo, ainda mais depois das experiências internacionais obtidas ao longo de 2019. Com a presença nos torneios da temporada passada, as equipes melhoraram muito as rotações e as adaptações para diversas situações de jogo.
“Certamente a questão de adaptabilidade, a qualidade individual e as experiências internacionais ajudam muito. A América do Norte apresenta mais perigo, mas a agressividade contra os times da Oceania pode ser algo bem positivo, por se tratar de um cenário menos expressivo”, avalia Felpy.
Para o caster Naim “Enoquiano” Pedro Abusap, a maior força da América Latina é o desejo das equipes de provar ao mundo o poder da nossa região. “Mostrar que nossos times estão mais preparados do que nunca e que, com a experiência adquirida nos últimos dois anos competitivos, estão prontos para encarar os desafios. Primeiro o PGS Américas, e depois Berlim”.
Na opinião do especialista, para bater de frente com os adversários, “é uma questão de mover as peças certas e se adaptar ao campeonato”.
Enoquiano defende que a melhor defesa é o ataque. “Conhecendo a movimentação dos rivais, embora seja um jogo muito imprevisível, você terá vantagens. Reduzir erros passados pode facilitar a obtenção de melhores colocações nos finais de partida e, portanto, maior número de pontos”.
Diferenças de poder
Ao comentar sobre as duas equipes com pro-players da América Latina, o caster Fernando “Jerry” Guzmán destaca que Meta Gaming e Team Rune têm forças distintas.
“A Rune é uma equipe que vem jogando junta por quase um ano, sem participação internacional até agora. Então será uma nova experiência. Já a Meta conta com dois dos jogadores mais valiosos do cenário latino-americano, Ragnar e SzylzEN”, comenta Jerry.
Essas diferenças são decisivas para as expectativas que se deve ter de cada equipe, na visão do especialista. “O Meta esteve em outros campeonatos internacionais e pode facilmente encarar as equipes de América do Norte e Oceania. Para a Rune, podemos esperar qualquer coisa, porque, como novata, a equipe pode tanto nos surpreender com uma performance inesperada quanto só obter mais experiência para as demais competições que virão neste ano”.
Dos 16 times participantes que disputarão o PGS Berlim: Final das Américas, seis sairão classificados para o primeiro PGS da temporada 2020. O evento na capital alemã terá premiação de US$ 500 mil (equivalentes a cerca de R$ 2 milhões).